O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares disse, em depoimento à Justiça Federal na quarta-feira, que a executiva nacional do PT sabia de uma dívida não contabilizada de R$ 26 milhões, da campanha de 2002. A direção determinou que ele encontrasse uma solução para o problema e rejeitou a possibilidade de recolher o dinheiro por vias legais. Delúbio decidiu, então, recorrer ao publicitário Marcos Valério. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo o depoimento de Delúbio, estavam presentes na reunião o senador Aloizio Mercadante (SP), a ministra Marta Suplicy, o deputado Jorge Bittar (RJ), o então secretário-geral do PT Silvio Pereira, o ex-presidente do partido José Genoino, e demais secretários, como Joaquim Soriano, atual secretário-geral do PT. De acordo com o ex-tesoureiro, ao terem conhecimento da dívida do partido a executiva disse: "encontre uma solução".
Delúbio disse, em depoimento, ser "muito grato" a Marcos Valério, por ele ele ter coordenado um esquema de empréstimos que abasteceram os cofres do partido entre 2003 e 2004. O ex-tesoureiro afirmou que agiu sozinho para procurar o publicitário.
"Eu solicitei ao Marcos Valério esses empréstimos, ele fez, na época era um problema enorme, sou muito grato a isso", disse Delúbio. "Foi essa a solução que nós encontramos. Deu errado, porque veio a crise, todas as denúncias e nós não devolvemos o dinheiro a ele ainda", completou o tesoureiro, falando da possibilidade de ainda quitar a dívida com o publicitário.
O ex-tesoureiro do PT teria feito dois empréstimos em bancos diferentes: um no valor de R$ 3,6 milhões junto ao BMG e outro de R$ 2,4 milhões com o Banco Rural.
Redação Terra
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