28 janeiro 2008

O país das oportunidades

28/01/2008 - 08h43

Lucro do Bradesco em 2007 chega a R$ 8 bilhões e bate recorde
da Folha Online

O lucro líquido do Bradesco teve um crescimento de 58,5% em 2007, na comparação com 2006, e ficou em R$ 8,010 bilhões, valor recorde para um banco no país. O lucro líquido do quarto trimestre do ano passado foi de R$ 2,193 bilhões --um crescimento de 21,2% em relação ao do terceiro trimestre, R$ 1,810 bilhões.

O valor de mercado do maior banco privado do país cresceu 29,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 109,463 bilhões em dezembro de 2007. Segundo o balanço, o retorno sobre o patrimônio líquido médio --indicador da rentabilidade-- foi de 31,4%, estável na comparação com 2006.

O Bradesco é o primeiro dos grandes bancos a divulgar seu lucro de 2007. Ainda faltam Itaú, Banco do Brasil e Santander. Até o terceiro trimestre, o lucro mais alto era do Itaú, em R$ 6,444 bilhões.

A carteira de crédito total (considerando avais, fianças e recebíveis de cartões de crédito) atingiu R$ 161,407 bilhões, um crescimento de 38,9% em relação ao ano anterior. As operações com pessoas físicas totalizaram R$ 59,277 bilhões (crescimento de 34,2%) enquanto que as operações com pessoas jurídicas atingiram o montante de R$ 102,130 bilhões (crescimento de 41,7%).

A carteira de crédito de pessoa física chegou em dezembro com R$ 59,277 bilhões --uma expansão de 34,2% em relação comparação com dezembro de 2006 e de 9% no quarto trimestre, na comparação com o mesmo trimestre um ano antes. Segundo o banco, o aumento se deveu basicamente devido à maior demanda por financiamento ao consumo.

Nas pequenas e médias empresas, a demanda por crédito foi maior, com crescimento de 46,7% em relação a 2006 e de 17,7% na comparação trimestral. No caso das grandes empresas, o crescimento foi de 38,2% sobre dezembro de 2006 e de 20,3% no trimestre.

O saldo da provisão para devedores duvidosos somou R$ 7,826 bilhões em 31 de dezembro de 2007, sendo R$ 6,698 bilhões de provisões requeridas e R$ 1,128 bilhão de provisões excedentes.

O lucro líquido ajustado por eventos extraordinários --por exemplo, a venda de participações na Bovespa e na BM&F, entre outros-- foi de R$ 1,854 bilhão no quarto trimestre de 2007 e de R$ 7,210 bilhões em 2007.

26 janeiro 2008

Picaretas e afins

O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares disse, em depoimento à Justiça Federal na quarta-feira, que a executiva nacional do PT sabia de uma dívida não contabilizada de R$ 26 milhões, da campanha de 2002. A direção determinou que ele encontrasse uma solução para o problema e rejeitou a possibilidade de recolher o dinheiro por vias legais. Delúbio decidiu, então, recorrer ao publicitário Marcos Valério. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo o depoimento de Delúbio, estavam presentes na reunião o senador Aloizio Mercadante (SP), a ministra Marta Suplicy, o deputado Jorge Bittar (RJ), o então secretário-geral do PT Silvio Pereira, o ex-presidente do partido José Genoino, e demais secretários, como Joaquim Soriano, atual secretário-geral do PT. De acordo com o ex-tesoureiro, ao terem conhecimento da dívida do partido a executiva disse: "encontre uma solução".

Delúbio disse, em depoimento, ser "muito grato" a Marcos Valério, por ele ele ter coordenado um esquema de empréstimos que abasteceram os cofres do partido entre 2003 e 2004. O ex-tesoureiro afirmou que agiu sozinho para procurar o publicitário.
"Eu solicitei ao Marcos Valério esses empréstimos, ele fez, na época era um problema enorme, sou muito grato a isso", disse Delúbio. "Foi essa a solução que nós encontramos. Deu errado, porque veio a crise, todas as denúncias e nós não devolvemos o dinheiro a ele ainda", completou o tesoureiro, falando da possibilidade de ainda quitar a dívida com o publicitário.

O ex-tesoureiro do PT teria feito dois empréstimos em bancos diferentes: um no valor de R$ 3,6 milhões junto ao BMG e outro de R$ 2,4 milhões com o Banco Rural.

Redação Terra

O Poder é bom demais . . .

Governadores fazem turismo com o dinheiro público

Os governadores brasileiros passaram 373 dias em viagens ao exterior no ano de 2007, segundo levantamento realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo, divulgado na edição deste domingo, que já está em circulação. O número é a soma dos dias em que 22 governadores de Estado estiveram em viagens internacionais e supera o número de dias do ano.

De acordo com o levantamento, o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique (PMDB), foi o que mais se ausentou em viagens externas.

Durante o ano, ele passou quase dois meses (56 dias) em oito países diferentes: França, Alemanha, Espanha, EUA, Itália, Portugal, Rússia e Japão. Os gastos das viagens não foram informados.

Outros cinco governadores ficaram pelo menos um mês fora do País. Nessa lista estão Sérgio Cabral (PMDB-RJ), com 42 dias, Blairo Maggi (PR-MT) e Roberto Requião (PMDB-PR), com 33 dias cada, Eduardo Campos (PSB-PE), com 32 dias, e Eduardo Braga (PMDB-AM), com 31 dias.

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), passou 27 dias fora do Brasil, em viagens para Portugal, EUA, França, Suíça, Índia e Itália. Segundo informes do governo paulista, ele gastou R$ 17,88 mil nessas viagens.

Os governadores do Amapá, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Rondônia não estiveram fora do País no período.

Redação Terra (Retirado Portal Terra)

23 janeiro 2008

Cartões do governo pagam até despesas em joalheria

23/01/2008 - 09h01
da Folha Online

Os cartões de crédito corporativo do governo federal, indicados para gastos como a compra de material, prestação de serviços e diárias de servidores em viagens, foram usados em 2007 para pagar despesas em loja de instrumentos musicais, veterinária, óticas, choperias, joalherias e em free shop, informa nesta quarta-feira reportagem da Folha (íntegra disponível aos assinantes do jornal e do UOL).

Segundo a reportagem, os dados são do Portal da Transparência, site do próprio governo, e os responsáveis pelas compras afirmaram que a prática é legal e todas as compras eram necessárias.

A Folha informa que, no ano passado, a máquina federal gastou R$ 75,6 milhões com o cartão de crédito corporativo, aumento de 129% em relação aos gastos de 2006 --a elevação se deve pelo fato de ter aumentado o uso do cartão que, segundo a CGU (Controladoria Geral da União), é mais transparente e fácil de fiscalizar.

Apesar de os gastos serem "emergenciais", o Ministério do Trabalho teria pago R$ 480 para consertar um relógio importado numa joalheria de Brasília.

20 janeiro 2008

Presidente TCE-SP é alvo de investigação

20/01/2008 - 09h59
da Folha Online
A pedido do governo brasileiro, a Justiça dos Estados Unidos iniciou uma investigação para apurar eventuais contas bancárias ilegais naquele país atribuídas ao presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Eduardo Bittencourt Carvalho, 65, revela a Folha de S.Paulo deste domingo (íntegra para assinantes do jornal e do UOL).
A solicitação foi feita em dezembro, após o Ministério Público do Estado de São Paulo receber denúncia envolvendo o presidente do tribunal em suposta cobrança de propina e remessa ilegal de até US$ 15 milhões para o Lloyds TSB Bank de Miami (EUA). "Há fortes indícios da existência de contas", afirmou o promotor da Cidadania Sílvio Marques. Cada conselheiro ganha, em média, R$ 21 mil líquidos por mês.
Por e-mail, Carvalho disse que as acusações são fruto de uma disputa judicial que trava com a ex-mulher, que, segundo ele, "têm procurado identificar e localizar patrimônio e rendas imaginários".
Bittencourt é um dos conselheiros do TCE obrigado a demitir parentes contratados sem concurso público e com salários mensais de R$ 12 mil líquidos em média. A medida foi adotada após reportagem da Folha, de 26 de dezembro, revelar que, na contramão de outros órgãos, os sete conselheiros do tribunal nomearam filhos, noras ou irmãos para cargos de confiança.
Carvalho contratou cinco filhos. O próprio chefe-de-gabinete do conselheiro, Marcos Renato Böttcher, disse à Folha não saber se eles trabalham.

18 janeiro 2008

Assembléia do Acre paga passeio de iate pela Amazônia

18/01/2008 - 07h14
MATHEUS PICHONELLIda Agência Folha

Em pleno recesso, a Assembléia Legislativa do Acre promoveu um passeio de iate pela Amazônia que levou deputados, empresários, representantes indígenas e jornalistas para "conhecer de perto os problemas dos rios" da região. O custo da "expedição" foi de cerca de R$ 40 mil, de acordo com a Assembléia.
Ao todo 24 pessoas, entre elas cinco deputados estaduais, percorreram 4.375 quilômetros dos rios Juruá e Solimões. Saíram de Cruzeiro do Sul (590 km de Rio Branco) em 3 de janeiro e chegaram a Manaus (AM) no dia 12. Um dos convidados, o deputado estadual Juarez Leitão (PT), levou a mulher e dois filhos ao passeio.
Durante a expedição, os convidados conheceram as cidades ribeirinhas, fizeram mergulhos, nadaram, pescaram, jogaram dama, xadrez e ouviram apresentação de violão.
Na viagem, um tronco que havia caído no rio após uma chuva avariou o eixo do barco, que teve de ser rebocado.
A diária da embarcação é de R$ 3.250, segundo o presidente da Casa, deputado Edvaldo Magalhães (PC do B).
O iate, chamado Igaratim-Açu, possui 32 metros de comprimento e 6,5 metros de largura. Tem 14 cabines com ar-condicionado e suíte, salões de refeição e de vídeo, além de antena parabólica e GPS.
Segundo um gerente operacional de viagens da região, que pediu para não ser identificado, em uma viagem entre Manaus e Cruzeiro do Sul seriam gastos R$ 40 mil só com diesel. Ele avalia que os custos da viagem sejam de R$ 160 mil.
O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) no Acre, Florindo Poersch, disse que um requerimento será protocolado hoje na Assembléia pedindo esclarecimentos sobre a viagem. "Se for caracterizado algo ilícito, providenciaremos uma ação para devolução do dinheiro da expedição."
O presidente da Assembléia rebateu as críticas. Segundo ele, o objetivo da viagem era que a comitiva observasse a situação das margens dos rios e da mata ciliar "comprometida com a ocupação de ribeirinhos". "Não adianta investir em asfalto se não levarmos em conta a situação dos rios. Depois da viagem, podemos debater e votar propostas", disse.
Ele disse que irá sugerir que o trajeto percorrido se torne um roteiro turístico.

Deputados gastam 20 mi com viagens em 2007


Verba daria para pagar 5 voltas à Terra de cada deputado

A Transparência Brasil divulgou nesta quinta-feira (17) um estudo com informações que ajudam a compor a face média dos políticos brasileiros. Colecionaram-se dados referentes ao Congresso –Câmara e Senado—e às Assembléias Legislativas. A visão proporcionada pela leitura não é, como sói, alentadora.

Tome-se o exemplo da chamada verba de gabinete. São aqueles R$ 15 mil que os congressistas recebem todo mês para custear despesas relacionadas ao exercício do mandato. Nada a ver com salário nem com as tradicionais cotas de passagens, telefone, correspondência e auxílio moradia a que deputados e senadores fazem jus.

Considerando-se os 513 deputados, a Câmara gastou R$ 80 milhões com a verba de gabinete. Desse total, R$ 20 milhões foram aplicados na compra de passagens aéreas. Repise-se: nada a ver com o deslocamento dos deputados para os seus Estados.

Pelas contas da Transparência Brasil, essas duas dezenas de milhões de reais seriam suficientes para bancar cinco voltas de avião ao redor da Terra para cada um dos 513 deputados. Não parece razoável.

O segundo item que mais consome a verba de gabinete é o custeio do combustível dos deputados: R$ 16,7 milhões em 2007. Dividindo-se o montante entre os 513 deputados, cada um deles poderia rodar 73,8 milhões de metros de asfalto. De novo: parece absurdo. Sobretudo num instante em o mantra do corte de gastos ecoa por toda Brasília.

Embora não fique bem na foto, a Câmara leva uma vantagem sobre o Senado. Os deputados ao menos divulgam os gastos na internet. O Senado, nem isso. A divulgação patrocinada pelos deputados é precária. Não se tem acesso ao bolo de comprovantes de gastos, envenenado por centenas de notas fiscais frias e recibos mutretados. Mas nada excede em desfaçatez a obscuridade do Senado.

Pressionando aqui você chega à íntegra do estudo da Transparência Brasil. Vale a leitura. Está sem tempo agora? Pois reserve um naco do seu final de semana. Há muitos outros dados no texto –da freqüência dos parlamentares às pendências de muitos deles com a lei.

Percorrendo-se o documento, descobre-se, por exemplo, que algo como um terço dos assentos da Câmara é ocupado por deputados que têm pendências com a Justiça e/ou com os tribunais de contas. Na bancada de Tocantins, o percentual de deputados encrencados alça à casa dos 75%.

Entre os 81 senadores, somam 30 os que se encontram encalacrados com a Justiça. Em 15 dos 27 legislativos estaduais, o número dos que trazem a ficha tisnada chega a pelo menos um terço. Em sete Estados, bate em 40%. Em Goiás, chega a 70%. Triste, muito triste, tristíssimo. O pior é saber que o eleitor é responsável direto pelo descalabro.

Escrito por Josias de Souza (Blog do Josias – Folha OnLine)